Agosto Lilás, 15 anos da Lei Maria da Penha Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Nossa coluna Plural desta semana dará destaque para um marco importante no enfrentamento à violência doméstica e familiar no Brasil. Falo dos 15 anos da Lei Maria da Penha. O "Agosto Lilás" é uma campanha nacional que busca chamar a atenção da sociedade para o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, com objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência de gênero, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.
Estamos diante de duas pandemias, a provocada pela Covid-19 e o aumento da violência contra meninas e mulheres no Brasil. Um levantamento do Datafolha, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indica que caiu violência na rua e aumentou agressões dentro de casa. O "vizinho", que, em 2019, ficou em segundo lugar como autor das agressões (21%), neste ano, sumiu das respostas. Em seu lugar, apareceram pai, mãe, irmão, irmã, e outras pessoas do convívio familiar.
DENUNCIE
Uma em cada quatro brasileiras acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência durante a pandemia, conforme pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada nesta segunda-feira (7).Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. A porcentagem representa estabilidade em relação à última pesquisa de 2019, quando 27,4% afirmaram ter sofrido alguma agressão.
Com o isolamento social, as taxas de contaminação e vitimização pelo novo coronavírus estão diminuindo. Porém, para muitas mulheres, isso significa o aumento das agressões por parte dos companheiros. No Brasil, essa situação é evidente e recorrente. Não deixe de buscar informações sobre os organismos de atendimento às mulheres vítimas de violência na sua cidade ou região. Não se cale. Denuncie!
Fanáticos X patriotas Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Os fanáticos são empolgantes, no geral são divertidos e colocam uma paixão sobrenatural nas coisas. Ficam horas a fio detalhando e dissecando pequenos detalhes para comemorar. Vivem como se tivessem o bálsamo e a mola propulsora para seguir a batalha e os seus ideais.
É lindo de ver. Mas difícil de conviver. Já vi famílias destruídas pelo fanatismo. Seja por futebol, carnaval, religião ou política. A cegueira é a mesma.
Muitas vezes, o fanático tem razão nos fatos e argumentos, mas ele é tão radical e dominador da verdade que as pessoas ao redor não escutam mais. É como se o disco estivesse riscado e repetisse a mesma falha. Pessoas que dizem sempre a mesma coisa são cansativas.
Não é marca registrada, é falta de abrir horizontes e tentar ver sob outras perspectivas e desenvolver outros diálogos.
É difícil tentar olhar carinhosamente para as escolhas e decisões dos outros. Para muitas pessoas, a opção do silêncio é mais fácil e mais cômodo. Não cria indisposição. Não gera conflito, mas, também, não tem transformação, engajamento, reflexão e mudança.
Há uma diferença entre fanáticos e pessoas que anseiam por mudanças. Pessoas que querem fazer a diferença para seus filhos, sua cidade, comunidade e país. Tenho me afastado de pessoas demasiadamente radicais. O fanatismo vira uma doença, mas a indiferença também é péssima. Gera uma nação alienada. Qual o ponto de equilíbrio?
Algumas pessoas criticaram a manifestação popular em defender o voto impresso. Vejo muitas postagens comparando esta iniciativa a não acreditar nas novas tecnologias, em transações online, na comunicação por aplicativos. Mas são exemplos totalmente sem convencimento, pois uma transação bancária se comprova com extratos e documentos. A comunicação pressupõe dois interlocutores. Sem resposta, sem comunicação.
Hackers invadiram o Ministério Público do Rio de Janeiro em 2018 e o site ficou fora do ar por 48 horas. Invadiram o Tribunal de Justiça e o Ministério Público de São Paulo. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul foi hackeado em abril deste ano, o sistema ficou sequestrado por mais de 48 horas. Violação de sites, aplicativos de celulares e contas bancárias têm sido o maior alvo de criminosos virtuais. Então, qual a segurança jurídica que as urnas eletrônicas representam?
Não consigo entender qual é o medo dos ministros do STF de um voto auditável e de que maneira isto poderia representar um ataque à democracia.
Ataque à democracia é não ouvir as novas demandas da população que, finalmente, carrega uma bandeira que não é de uma entidade política e, sim, a Bandeira Nacional.
Lutemos para que nosso querido Brasil não se transforme numa Argentina ou Venezuela.